Bifásico ou Monofásico – Entenda as tensões de 220 Volts!

A eletricidade é uma força essencial no nosso dia a dia. Ela acende nossas luzes, alimenta nossos dispositivos e impulsiona nossa modernidade. Mas quando se trata da diferença entre bifásico ou monofásico, muitos ficam confusos. 

Para isso, separamos um conteúdo completo sobre o assunto e esperamos que você entenda melhor esses conceitos e por que eles são essenciais para o setor elétrico. 

Mas, antes, se liga: Qualquer dúvida, chame um eletricista profissional para te ajudar!

Tensão bifásica ou monofásica 

Em qualquer discussão sobre tensões elétricas, uma questão que frequentemente surge é: por que temos a tensão de 220 volts bifásico ou monofásico? 

Para quem viajou pelo Brasil, é notório que em diferentes regiões, a tensão de alimentação da rede em 220 volts varia: em algumas é entre fase e fase (bifásico), enquanto em outras, é entre fase e neutro (monofásico). 

No entanto, essa discrepância tem raízes históricas e técnicas. E no tópico abaixo, vamos começar a te mostrar isso.

O que é o transformador da rede de distribuição?

Para decifrar a origem dessa diferença entre bifásico ou monofásico, é crucial entender o papel do transformador da rede de distribuição elétrica, sobretudo a tensão do secundário. 

Sendo assim, no início da era elétrica no Brasil, não havia um padrão nacional unificado. Por exemplo, empresas estrangeiras, originárias dos Estados Unidos, Canadá e Europa, foram responsáveis pela implantação inicial da rede. 

Cada uma delas trouxe seus próprios padrões e práticas. Como resultado, em metrópoles pioneiras como São Paulo e Rio de Janeiro, a tensão introduzida era de 220 volts bifásico. Em contraste, no Nordeste, foi escolhida a tensão de 220 volts monofásico.

Desse modo, dada a sua importância, vale a pena entender em detalhes como o sistema de distribuição de energia elétrica funciona. 

Portanto, o Brasil adotou o sistema trifásico, que é complexo e possui particularidades distintas, dependendo da região. Ou seja, num contexto bifásico ou monofásico, a diferença essencial é a tensão de linha do secundário. 

Sendo assim, algumas regiões têm 220 volts, enquanto outras têm 380 volts. Estas tensões são críticas porque determinam como a energia é distribuída e usada nas residências.

Como Funciona na Prática? 

 As práticas de distribuição de energia elétrica não são meramente acadêmicas. Ou seja, elas têm implicações práticas no dia a dia dos consumidores. Desse modo, ao considerar a tensão entre fase e neutro, multiplicando-a pela raiz de 3 (devido à defasagem do sistema elétrico trifásico), determina-se a tensão de linha entre as fases do secundário do transformador. 

Por isso, em algumas regiões, as casas recebem apenas uma fase e o neutro, enquanto em outras, duas fases e um neutro são fornecidas.

Monofásico ou Bifásico?

Quando falamos de um equipamento com tensão nominal de 220 volts, muitos podem pensar que é bifásico. 

Mas, é crucial entender que a forma como o equipamento é alimentado e o equipamento em si são duas coisas diferentes. O fato do equipamento ser alimentado por duas fases não o classifica como bifásico.

Conforme a NBR 5410, nos esquemas de Condutores vivos, temos:

  • Monofásico a dois Condutores
  • Monofásico a três Condutores
  • Bifásico com dois Condutores
  • Trifásico a três Condutores
  • Trifásico a quatro Condutores

Essa categorização está relacionada à forma como o transformador é configurado. Portanto, o ponto crucial aqui é saber quantos condutores estão “carregados” em cada esquema. No caso de monofásico a dois e três condutores, temos dois condutores carregados.

Funcionamento dos Condutores

Em condições normais, a energia vem pelo cabo de fase, passa no equipamento, e retorna pelo cabo de neutro. Quando temos duas fases alimentando um aparelho, a energia vem por uma fase e retorna pela outra.

O circuito de iluminação convencional de 127 volts, em média, usa dois condutores:

  • um de fase;
  • um de neutro. 

Já para tomadas, em 127 volts, utilizamos três condutores:

  • uma fase;
  • um neutro;
  • cabo de aterramento.

Mas, afinal, como é a padronização da rede elétrica brasileira para bifásico ou monofásico? 

Padronização das Redes Elétricas no Brasil 

Naturalmente, surge a dúvida do por que não padronizar todo o sistema elétrico brasileiro, seja bifásico ou monofásico? A resposta é simples, mas não tão fácil de implementar.

Mas vamos lá, vou tentar explicar… atualizar e padronizar a vasta infraestrutura elétrica do Brasil é uma tarefa cara. 

Por isso, sem uma decisão dos órgãos reguladores, as concessionárias de distribuição elétrica de cada região tomam suas próprias decisões, baseadas em uma série de fatores, incluindo histórico, demanda e infraestrutura existente.

Em Minas Gerais, por exemplo, a energia é fornecida em três níveis de tensão. Enquanto no Rio Grande do Norte, temos apenas dois níveis. Essa variação se dá pela necessidade e especificidade das instalações e equipamentos.

Sacou? 

Conclusão

Depois dessa aula sobre bifásico ou monofásico, podemos concluir alguns pontos. O primeiro deles é que o Brasil é um país de dimensões continentais. 

Por isso, podemos dizer que a dualidade entre bifásico e monofásico e seus reflexos no universo da elétrica, é influenciada pelos vieses estrangeiros. 

Além disso, podemos dizer também que enquanto cada região tem suas particularidades, é crucial para os consumidores, profissionais e tomadores de decisão entender essas nuances para navegar efetivamente no mundo elétrico do Brasil.

Desse modo, sendo um profissional ou não da elétrica é fundamental que você entenda sobre este assunto para fazer as escolhas certas para a sua casa, os eletrodomésticos, por exemplo.